Desusado operativo
Emerson Pontes
Maximalismo. “O mais é mais”. A primazia de ter a felicidade risonha como um sonho infantil, onde tudo é permitido (não seria assim com a arte?!)... Criaturas fantásticas, devaneios, alucinações. Finais felizes e infelizes.
Cada compartimento, uma história imaginária, uma fantasia a ser preenchida, um possível lixo como as cartas de amor, as contas a pagar, o namorado, o gato, o tio e até seu pavio. Tudo pode virar lixo.
Aqui residem meu impacto visual, minha permanência no mundo, meu modus vivendi. Um dia eu acordo... porém terei a quase certeza de que a vida será a mesma, cheia de floreios, arabescos, volutas e vislumbres mil, como é o meu processo criativo.
Pois esta é a minha cara de “festa de interior e brincadeira de criança”!
E já dizia Mourão, de Guimarães Rosa:
(...) “Pois examinando, e querendo pôr mãos a tudo, mesmo nas prateleiras remexendo. Onde no que bulia, só dizia:
- Fazenda boa. Chita? E isto aqui... caixa de suspensórios... botina de homem... enxadas... botões de calça...
(...)
- Bom. Ótimo bom! – só dizia; só raspava as mãos na porcaria.”
Guimarães Rosa, “A estória do homem pinguelo”.
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